quinta-feira, 10 de junho de 2010

FAZENDA IPANEMA e o XIIIº CAVAG, 1979.

























































































































































































Antigamente os pilotos agrícolas do Brasil eram formados pelo CENEA – Centro Nacional de Engenharia Agrícola na Fazenda Ipanema em Iperó-SP. O único núcleo de formação desses profissionais em parceria com o Ministério da Agricultura e Ministério da Aeronáutica em pleno regime militar. Tive o prazer de fazer parte do XIIIº CAVAG – IIª Turma em 1979. Acredito que tenha sido a maior turma da historia desse curso, pois ali permanecemos por quase dois meses, onde houve muitos cortes e só os melhores conseguiram concluir essa etapa. Nossa turma na sua maioria era constituída por pilotos sulistas, os gaúchos, já que o berço da aviação agrícola no Brasil tinha sua origem no Rio Grande do Sul-RS e onde essa modalidade de trabalho estava no seu auge. Eu e meu amigo de aviação desde a juventude, o Albino Panosso filho, hoje proprietário da empresa de Aviação Agrícola AEROLIDER no Mato Grosso do Sul, fomos os dois primeiros pilotos de Jaboticabal-SP a serem formados ali no CENEA. Já que recordar é viver, resolvi registrar aqui os bons e apreensivos momentos que passamos naquela época de tantas incertezas e tantas cobranças para concluir o que mais queríamos em nossas vidas, sermos pilotos agrícolas (PAGR) para trabalhar e contribuir com a agricultura, conseguindo sustento para nossa sobrevivência e um futuro melhor. A Fazenda Ipanema era um místico de historia e logo que você chegava ali eram sentidos no ar os mistérios que ela escondia. Antigas edificações do tempo do império, ruínas do que sobrou da 1ª indústria siderúrgica do Brasil. Um local dito por alguns como fantasma, com imóveis desocupados e abandonados. Local do primeiro cemitério protestante do Brasil. Estranho para uma época remota, em que a siderurgia utilizava de um sistema muito avançado de dutos subterrâneos de escoamento, cortada por uma pequena ferrovia e onde foi edificada uma represa, retendo parte do rio Ipanema com seus canais para obtenção de força hidráulica, com rodas d’agua que ficaram no tempo, como as próprias ruínas dos fornos de ferro que datam do século XVI, em plena “Corrida do Ferro”. Chamada de Real Fabrica de Ferro de Ipanema, dados históricos afirmam que em pleno século XIX produzia 2 toneladas de ferro por dia, mas por problemas de gerenciamento econômico a fabrica foi desativada em 1895. Hoje o local foi tombado como patrimônio nacional, com a criação oficial de reserva como Floresta Nacional de Ipanema, abrigando uma sede do IBAMA. Atualmente é possível com agendamento prévio, visitas, acampamentos, passeios ecológicos em trilhas e hospedagem nos antigos alojamentos da fazenda. Um lugar histórico em muitos sentidos, berço da indústria nacional de ferro, uma lenda viva do passado dessa gloriosa fundição nacional e ninho de formação dos primeiros pilotos agrícolas. Foi ali, no alto do Morro Araçoiaba, que Affonso Sardinha e o filho Mameluco instalaram, em 1589, os primeiros fornos para a fabricação de ferro, reconhecidos como a primeira tentativa de fabricação de ferro em solo americano. Ali está também instalado hoje o Centro Nacional de Energia Atômica, o Aramar em Iperó – SP. Pesquisas históricas sobre a Fazenda Ipanema, retratam a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, marcando o início da Real Fábrica de Ferro de Ipanema, a primeira siderúrgica nacional, criada por carta régia de D. João Vl. De 1811 a 1895, a siderúrgica trouxe para o país tecnologia e obras da construção civil inovadoras, além de europeus para dirigi-las. O fim do Império marca também o fim da Real Fábrica de Ipanema passando o Ministério do Exército. Mais tarde, já no século 20, o Ministério da Agricultura passa a administrá-la. E, através de centros de pesquisa com diversas denominações, fez ensaios e desenvolvimento de máquinas agrícolas como Centro Nacional de Engenharia Agrícola.
Esse lugar esconde muitos mistérios e deixa muita curiosidade, tal o fato que nos nossos momentos de folga e nos fins de semana, quando não voltávamos para casa durante o curso de formação de pilotos agrícolas (PAGR), aproveitávamos para passear explorando as belezas naturais da fazenda em excursões fotográficas propostas por mim pelo local
. Ficaram boas lembranças dos momentos que ali estivemos reunidos, que valem serem recordados com um pouco de tristeza e saudades dos amigos de curso que ali fizemos e de onde partiram cada qual para o seu destino.
Anos depois de formado e já trabalhando na aviação agrícola, recebi a triste noticia que o CAVAG havia sido fechado por decreto presidencial pelo então Presidente Collor de Melo na época. Não sei o motivo e nem para onde foram dezenas de aviões que ali havia, entre PIPERs PA-18, PIPERs PAWNEE e Embraer IPANEMAS. O então Ministro da Agricultura do Governo Collor era o Eng.Agrº Antonio Cabrera Mano Filho, que havia feito agronomia na UNESP em Jaboticabal-SP. Ocasião em que iniciou o seu curso de Piloto Privado no extinto ACJ – Aéro Clube de Jaboticabal e por coincidência do destino havia sido meu aluno no curso teórico. Tentei infrutiferamente conversar com ele por telefone em Brasília naquela ocasião tão triste, mas seus assessores não concluíam a possibilidade, quando durante a triagem, dizia que o assunto era sobre o CAVAG. Tendo ele sido aluno no ACJ, como ultima tentativa pedi para a nossa ex-secretária Nelcy Spagnolli tentar o contato, na esperança que vindo a ligação do Aéro Clube onde ele havia estado, poderia ser concluído o contato, mas nada conseguimos. Naquele momento indignado, queria falar com ele sobre a importância de tal curso para a nossa agricultura. Como aluno do curso de agronomia e de pilotagem, quando ainda morava em republica na Cidade das Rosas a gente se falava quase todos os dias, porém como Ministro foi impossível.
Acabou-se o CAVAG e a elite de pilotos formados para a Aviação Agrícola sofreu uma grande perca.
O antigo DAC – Departamento de Aviação Civil, hoje ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil autorizou cursos particulares em algumas Escolas de Aviação e Aéro Clubes, mas continuam deixando muito a desejar aos antigos cursos do CAVAG no CENEA, onde eram também ministrados gratuitamente Cursos para Técnicos e Coordenadores em Aviação Agrícola para engenheiros agrônomos. Os cursos particulares são pagos e custam uma verdadeira fortuna.
O CAVAG do CENEA era em regime militar era gratuito e só concluíam o curso os melhores e os que tinham aptidão para a profissão. Éramos avaliados durante a fase do curso por quatro instrutores em diversas missões de vôo de aplicação aeroagricola e comportamento, aonde ao menor deslize vinha o corte. Eram eles: Ernesto Elvino Biancardi de Jaboticabal-SP, Penteado de Campinas-SP, Ribas de Jacarezinho-PR e Pedro Feres de Botucatú-SP. Dormia-se cedo e levantava-se na madrugada para a higiene pessoal e o café matinal antes de se dirigir para a sala de brieefing onde todos se reuniam antes do sol raiar. A ansiedade era tanta que alguns não esperavam pela condução de transporte interno e iam caminhando do refeitório para o centro de instrução no campo de aviação. Ali chegando, se uma velha tesoura estivesse pendurada do lado de fora da sala era o indicio de que algum de nós seria cortado do curso e quantas vezes isso não mexeu com o nosso psicológico. Alguns excluídos foram embora tristes e não sei avaliar o que fizeram de suas vidas, dos seus sonhos. Graças a Deus eu e o amigo Albino conseguimos concluir esse árduo curso. A seriedade do CAVAG do CENEA e a rigidez na avaliação e treinamento dos futuros pilotos agrícolas, fazia com que empresários ligados a aviação agrícola, durante o decorrer do curso de PAGR visitassem o CENEA para convidar os melhores para suas empresas. Todos saiam dali praticamente empregado e assim não foi diferente comigo. Trabalhei como PAGR de 1979 a 1989, tendo realizado dez campanhas aeroagricola e tive a oportunidade de ser considerado naquela época o mais novo Piloto Agrícola a voar no período cerca de 4.000 horas nos maiores aviões de pulverização existentes no Brasil nos anos 70 e 80. O THRUSH COMMANDER SR-2R de 600 HP com motor radial de 9 cilindros.
Até hoje guardo um grande amor pelo Aviação Agricola, mantendo minha habilitação técnica em dia e realizando esporadicamente alguns voos em aeronaves agricolas. Sempre que possivel estou nos CONGRESSOS NACIONAIS promovido anualmente pelo SINDAG - Sindicato Nacional de Aviação Agricola, o qual esse ano acontecerá nos dias 23 e 24 de junho em Ribeirão Preto-SP e se Deus permitir, estarei presente revendo antigos amigos e atualizando meus conhecimentos na área, que por ser dinâmica evolui a cada ano.

Esse é meu Heroi.


Recebi esse e-mail do meu amigo Cmte. Celsito de S.José do Rio Preto- SP e achei interessante incluir aqui.

Henry Allingham nasceu em Londres em 1896, quando ainda reinava a Rainha Vitória. É veterano da 1ª Guerra Mundial, participou das batalhas de Yopres e Jutlândia e fez parte do primeiro esquadrão da RAF, a força aérea britânica, da qual é o único membro ainda vivo. Henry diz que viveu seus 112 aninhos a base de cigarros, uísque, cerveja e muitas mulheres fogosas.
Resumindo:
Viveu intensamente na maior ESBÓRNIA! E você? Comendo salada de soja, bebendo água feito um filho da mãe, cheio dos regimes, preocupado com colesterol, pressão alta, bursite, DORMINDO CEDO, caminhando como um desgraçado, MALHANDO FEITO LOUCO, suando feito doido! Para com isso, meu! Segue o exemplo desse vitorioso!
Valeu Tio Henry!!! Você é meu herói!!!

MACHADINHO, Homem Dino....


Traduzir o Machadinho não é nada fácil. Esse homem viajado, autodidata, com inúmeras formações acadêmicas que veio de uma família conceituada, onde seu pai como Professor foi um dos grandes Mestres da Educação em Araraquara e um dos fundadores da UNIARA – Universidade de Araraquara, a qual impera contribuindo até hoje na cidade, como Centro de Formação de novos universitários, proporcionando inúmeros cursos acadêmicos. Uma gloria, um sucesso e o Machadinho, de perspectiva diferente e admiravelmente otimista, não se deixou abater ou desanimar. Pequeno no tamanho, mas grande na sabedoria. Hominho de muitas prosas, muitas conversas agradáveis com gentes das varias cores, estilos e idade, sem desrespeitar absolutamente ninguém.
Através do meu blog nas melhores vivencias, encontrei graças à velocidade da Internet que corre num piscar de olhos o mundo, inúmeros amigos e fiz uma outra centena de novos seguidores. Entre eles recentemente encontrei com um amante da aviação e de rádios, o Alexandre Januskiewtz, que me contou ter herdado três álbuns antigos de fotografias deixados por seu avô que são relíquia do tempo e datam fotos desde 1948 sobre a Morada do Sol – Araraquara(SP), que apesar de 62 anos estão muito bem conservados e estão guardandos a sete chaves essa preciosidade histórica. Tem fotos do Aéro Clube de Araraquara, fundado em 02.12.1939 e entre esse acervo fotográfico, encontrou curiosamente uma foto do casamento dos seus pais, Valace Bento Januskiewtz com Wilma da Silva Dias, onde em 1966 estava na festa o Machadinho e sua namorada na época. O Alexandre acredita que o Machadinho nunca tenha visto essa foto e para despertar sua mente, resolvi publicar essa preciosidade aqui no Blog. Nos anos 60 o Machadinho foi aluno do Aéro Clube de Araraquara, onde aprendeu a voar em Piper J-3 e o motivo dessa ligação seja por pertencer ao Aéro Clube, onde o avô do Alexandre, também amante de aviões clicava suas fotos preto e branco, fazendo historia da historia. O Machadinho ao invés de ser chamado do jeito que ele gosta, acho que com essa foto, poderei chamá-lo de Homem Dinossauro, além de Homem Águia que é pelas suas peripécias como pára-quedista e piloto enferrujado de J-3. Uma característica desse Hominho é que desde aquelas áureas épocas já tinha bom gosto e a garota que estava ao seu lado, certamente soube avaliar sua personalidade, qualidade e atrativos. Isso acontece ao longo da nossa passagem pela vida e esperamos que esse amigo de bom gosto, refinado trato e de atributo histórico nos conte quem era essa garota de sorte. Quem será essa linda garota ?