sábado, 8 de outubro de 2011

Em algum lugar no paraíso...



























































































































Não muito longe. Não muito distante. Em algum lugar no paraíso bem pertinho daqui, uma antiga aeronave que estava guardada em um velho hangar com praticamente sua idade e quase que esquecida, vai se recuperando e com certeza voltará a voar garbosamente como antes. Seu novo proprietário, um antigo Instrutor de Vôo apaixonado pelo avião, dedicou boa parte do seu tempo e do seu dinheiro para trazê-lo de volta ao céu. E assim o velho “Rezinha” como carinhosamente foi apelidado está tomando forças, ganhando energia nas suas asas e para encanto geral dos amigos já fez até algumas corridas pela pista de pouso, provando sua energia. Testes para conquistar novamente a simpatia e a confiança de todos. E em breve estará ele com total elegância singrando os ares, levando consigo o seu genitor que não o abandonou como a maioria dos aviões que acabam esquecidos e sucumbindo no fundo de alguns hangares. Houve um tempo em que as coisas eram fáceis. A gasolina era farta e não havia tanta complicação. Voar era uma arte, um prazer acima de tudo. Tudo era muito certo, pratico funcional e assim fluía a vida. Nada a ver, comparando hoje com tanta burocracia de todos os lados, pois os brasileiros deixaram-se levar e não souberam valorizar seus princípios conquistando confiança. Não que sejamos irresponsáveis, mas desacreditados. Precisamos a todo o momento explicar nossos atos, nossas atitudes para podermos alçar vôo, quando tudo é muito simples. Certos órgãos reguladores e fiscalizadores complicam o processo, pois desconhecem como a coisa funciona ou deveria funcionar. A filosofia do nada a ver tem mil e uma utilidade para os estranhos no ninho, quando pessoas de bem com a vida desejam realizar seus sonhos e se sentem impedidos. A consciência do piloto bem intencionado hoje em dia vai de encontro com algo que não satisfaz nem um pouco. Ele reclama, mas não luta pelos seus direitos. No Brasil voar é um tanto complicado, pois complicaram as coisas.
Moacyr Porto Borges
o homem que adotou o “Rezinha” na sua vida, está lutando de unhas e dentes para colocar o seu sonho de ver a sua aeronave voando novamente acima de tudo, enfrentando todos os obstáculos que surgem no seu caminho. Orgulhamos da sua saga e temos o prazer acima de tudo em acompanhar sua luta, pois somos da Velha Guarda, da antiga aviação Arco e Flecha, da gasolina de lata de 80 0ctanas, onde apesar dos desafios tudo dava certo. Somos de um tempo não muito distante, da época em que fazíamos o vôo por contato, acompanhando a geografia do terreno, as estradas férreas, rios, montanhas e, para encontrar o campo de aviação procurávamos a estações de trens em cuja cobertura tinha uma seta indicando a direção e a distancia do campo. O “Rezinha” não chegou a era do radio e o seu piloto era um aventureiro do seu tempo. Orgulho-me de poder hoje registrar esse fato, pois o “Rezinha” também fez parte da minha vida no passado. Com ele nos meus tempos de Instrutor de Vôo formei dezenas de alunos e tenho certeza que no fundo do coração de cada um ainda está acessa a chama da lembrança, com muita saudade dos idos anos em que curtimos com maestria o nostálgico vôo dessa aeronave. Em breve estará novamente singrando os ares o nosso velho e simpático “Rezinha”. Enquanto a pista não está liberada o pequeno grande avião aproveita para treinar suas corridas nela e nós ficamos na expectativa do “Vôo Inaugural do seu retorno” .

domingo, 2 de outubro de 2011

A ORDEM É VOAR...
































A ordem é voar, voar, voar. Voar bem alto e para bem longe. O vôo é uma das maiores mágicas da vida. Só quem voa sabe avaliar isso, principalmente se tem essa vocação e voa por amor a liberdade. No sábado, 17 de setembro de 2.011, precisei transladar a aeronave Cessna 206 H para a Oficina de Manutenção para realização da obrigatória IAM – Inspeção Anual de Manutenção. Como tripulante extra tive o prazer de levar o meu amigão, o Cmte. João Marcelo que estava de passagem por Araraquara-SP, visitando seus pais que aqui residem. Fizemos um fantástico vôo. O J. Marcelo pilotou a aeronave com muito desembaraço, parecendo que já voava C-206 à muito tempo. Voar sozinho as vezes é um tanto monótono, mas quando temos a bordo a companhia agradável de um amigo as coisas são diferentes, pois podemos compartilhar a navegação e tudo se torna muito melhor. Assim tudo ficou azul num céu azul de brigadeiro. O painel do avião pareceu muito familiar para o J.Marcelo que acabou de receber seu Brevet de Piloto Comercial e está iniciando na carreira profissional. O vôo foi totalmente controlado desde a decolagem de SBAQ/Araraquara-SP, pelo Controle Academia/AFA com vetoração radar até o ponto ideal de descida para o pouso em SDBA/Batatais-SP, onde fica nossa Oficina de Manutenção de Aeronaves.
Para registrar esse acontecimento, vão aqui algumas fotos desse histórico vôo que ficará sempre vivo em nossas lembranças.Parabéns J. Marcelo, você certamente vai longe nos seus sonhos de aviador...