quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Do Fundo do Baú .....Foto histórica...

O tempo que nos é dado é para  buscar no fundo do baú das nossas recordações, algo importante que guardamos por tanto tempo. Momento em que resgatamos aquilo que  nos enterneceu marcando com privilégio e muitas expectativas fases da vida que vivemos. Cada qual teve e tem um sonho por alguma coisa. Sempre gostei da aviação, desde um tempo difícil, mas aquilo que consegui guardar como recordação está trancada a sete chaves no meu baú. Li muitas Historias, guardei muitas fotos que apesar de envelhecidas tem um valor incontestável para mim.
A vida é sempre a nossa vida. Cada um tem a sua. É muito bom sentir contente nessa altura do campeonato, onde o tempo que rói e corroí deve ser reavaliado. Uma boa parte desse tempo alçou voo... A gente passou por ele, ou ele passou por nós, mas nada disso é tão importante como aquilo que verdadeiramente ficou gravado em fatos e fotos.
Aqui está mais uma prova disso. Uma velha fotografia, onde nos fins dos áureos anos 60, retrata a fabrica da Cessna Aircraft nos Estados Unidos, em plena febre de construção dos famosos e aposentados hoje, jatos de treinamento e combate T-37 C, dos monomotores de ligação e observação até mesmo utilizados em combate, os não menos famosos” Bird-Dog”. Época em que produzia também os bimotores para uso executivo, os Cessnas-310 que continuam voando até os nossos dias. A Cessna tem uma historia brilhante, pois seus aviões produzidos nas antigas décadas continuam de uma forma ou de outra voando ainda.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um voo nostálgico no tempo com meu Piper J-3 Yellow...27.11.2012.

É muito bom a gente tirar pelo menos um dia na vida para reflexão, e se possível até mais. Foi o que fiz ontem. Desliguei-me de tudo, esquecendo as perdas e os ganhos, pois entendo que maturidade e velhice é a síntese da transformação humana. Logo na infância aprendemos com nossos pais que o tempo passa e devemos aproveitar esse tempo, pois virão as obrigações e os deveres. E para isso devemos estar preparados, dispostos a encarar a nossa existência como um todo. Existir no tempo é uma verdadeira corrida maluca na procura dos nossos ideais com as nossas realizações, nossos fracassos.
Nossos acertos, nossos erros são consequência da vida, onde as palavras significam emoção e conceitos. Palavras gasta-se como pedras nas intempéries, que como o tempo muda de forma e significado. Vivendo numa época de grandes emoções e desejos, por vocação e encantamento escolhi a profissão de aviador nesse céu azul cheio de surpresas, onde tem lugar para todos apesar da incompreensão de certos homens.
Como sempre bastante animado e feliz com a vida que levo, levantei-me cedo ao som dos cantos dos pássaros que vem todas as manhãs alegrarem meus dias. Não é um rouxinol, mas dois bem te vi que me acorda banhando-se na piscina transmitindo um bom dia. Se o pássaro é feliz, também sou feliz, apesar dos problemas cotidianos.
Conforme acordo familiar estava disposto a realizar nesse dia um passeio descompromissado pelo céu, sozinho, sem destino, sem rumo, curtindo apenas a nostalgia de um voo ao sabor do vento com o meu velho companheiro Piperzinho J-3. O J-3 e o Grumman AA-5 Traveler são dois companheiros, grandes amores da minha vida.
São puros e verdadeiros amigos alados que me proporcionam emoção e alegria, pois consigo com eles desligar-me do mundo problemático à minha volta e mergulhar num tempo mais sereno, de uma beleza diferente. Posso mudar de rumo, ir aonde quero e ser feliz. Na juventude fomos aprendizes, com a idade e a experiência adquirida somos os mestres e guiamos nossos próprios destinos. Acredito que viver, sem se queixar da sorte é o mais profundo sentimento de felicidade. 
Onde vivo a região é linda e maravilhosa cheia de encantamentos. Chegando ao Hangar Delfi’s preparei meu Piperzinho até sorriu para mim. Sentiu que iríamos partir para um novo dia de aventura. Nos meus planos estava visitar alguns amigos aviadores próximos.
Como o aeródromo publico de Jaboticabal-SP/SDJC continua interditado combinei com o Cmte. Mauro Moreira o pouso na Chácara Serradinho, SDXE no setor Oeste da cidade, onde ele estaria me esperando de carro.
Em voo solo mantendo 1.000 Ft/AGL, curtindo a linda manhã de sol com pouco vento, navegando com a porta aberta da aeronave lá cheguei. Deixamos o J-3 ali e fomos de carro ver as obras da área de lazer do Hangar Mauro & Caio em SDJC. Sem escapatória e sem desculpas acabei ficando para o almoço na residência do amigo, na companhia da sua esposa que nos preparou uma deliciosa refeição. Conversamos bastante, trocamos ideias e falamos dos nossos planos futuros. Foi muito bom estar descontraidamente com esse simpático casal de amigos.
Após o cafezinho expresso que eles sabem o quanto adoro, quase não consigo escapar do convite para ficar, mas dei uma de cachorro magro. Barriga cheia, o homem alado nesse dia, além de fazer o Cmte. Mauro suar a camisa para dar hélice no J-3, partiu agradecido e plenamente realizado para mais um pouco de voo pela região nesse passeio aéreo. Decolei dali às 14h30min horas com destino a Monte Alto-SP/SDMO, 18 km distante, aonde planejava passar algumas horas proseando com o amigo aviador aventureiro Celso Calegari, construtor de aeronaves. Lá chegando observei que o aeródromo estava silencioso, os hangares fechados. Nem uma viva alma no Campo de Aviação.
Aproveitei para fazer alguns sobrevoos curtindo a linda paisagem da serra próxima a pista de pouso, mergulhando no imenso vale onde se acredita que viveram alguns Dinossauros, para apreciar a curiosa cachoeira que derrama ha milhares de anos suas águas pela fenda das gigantescas pedras.
Essa é a ligação amorosa do voo, a possibilidade de ver coisas que os homens que não voam não sabem a essência e a magnitude desses momentos mágicos e cheios de emoção. Somente nós Aventureiros do Ar e os pássaros podem atestar essa magnitude.
Agradeço a Deus e a todos aqueles que me proporcionaram tantas oportunidades durante todo meu caminho até hoje, para conseguir minhas asas e com ela ter voado durante tanto tempo por lugares tão longínquos aonde só vai o avião e o pensamento consegue chegar.  Após uma arremetida segura retornei para SDLY. No meu Hangar Delfi’s o outro amigo, o Grumman-AA5 me aguardava ansiosamente.








Bons momentos, excelentes voos, mas ágora o tempo é outro. É hora de partir para novas descobertas, nova empreitada, com o coração cheio de alegria pelo o que o voo em si nos proporciona.
A despedida do dia foi um beijo de agradecimento no spiner de cada um, acariciando suas hélices, deixando a esperança de novas aventuras aéreas..